Xampu (ou shampoo) sem sal: um mito a ser derrubado

Com certeza muitas pessoas, incluindo profissionais da beleza, entraram nessa conversa de que xampu sem sal resseca menos o cabelo e que seria o ideal para cabelos quimicamente tratados, ou pós escova progressiva.

Essa história é antiga e remonta ao fato de que após uns mergulhos no mar o cabelo fica ressecado. Só que a concentração de sal presente na água do mar é muito superior, não levando em consideração também o sol e o vento. O fato é que o sal no xampu é encontrado em quantidades mínimas e usado como espessante, fato este que não atrapalha em nada o resultado. Afinal, o objetivo do xampu é só limpar. E a maioria dos xampus do mercado faz isso muito bem. Só que a indústria percebeu o poder de venda do marketing sem sal. Isso é verdade. As vendas do xampu sem sal estão aumentando no Brasil.

Entretanto, o grande problema é a questão de pH , não estando envolvido mais o pobre do sal (cloreto de sódio). O pH sim, que é tão pouco divulgado nas embalagens, é que pode dar ou não essa sensação de ressecamento, de porosidade.Vamos aos fatos:

• A partir do pH de 5 a cutícula do fio já se abre (cutícula é a "telha" que reveste o fio, sendo sua camada de proteção);
  
• Essa abertura é necessária para a limpeza adequada dos fios;
  
• O problema é se esse pH for alcalino (acima de 7), daí pode realmente agredir a estrutura do fio ;
  
• Alguns farmacêticos advogam que um pH em torno de 5 nos xampus já seria satisfatório. E as máscaras e condicionadores em geral têm um pH em torno de 4, mais ácido ainda para balancear limpeza e condicionamento. Dessa forma, utilizar xampu e condicionador da mesma linha seria o ideal, pois nenhum fabricante iria combinar pHs que não se complementassem.

Eu mesma já cai no conto do vigário do xampu sem sal há uns 5 anos atrás. E sinceramente não achei diferença alguma (pelo contrário até nem gostei e voltei para os meus bons e velhos xampus com sal).